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Eu estava esperando ela. Todos esses anos olhei para o mar e aguardei algum sinal de sua longa cabeleira.
Muitos me disseram para esquecer, muitos que era loucura, e outros ainda riram de mim, mas eu nunca esqueceria dos dois olhos mais verdes e tempestuosos que o mar.
Eu estava sentado no mesmo banco, quando ouvi um grito de mulher. Na ocasião o lugar ainda não era um porto tão badalado, e no meio da noite eu era a única alma ali.
Me ergui cambaleante. Eu estava bêbado, sem motivo ou razão. Eu apenas queria ficar fora das coisas mundanas da vida. Foi meu maior erro.
Corri trocando as pernas e cai de joelhos na areia. Irritado com a areia nos olhos, decidi que fora só minha imaginação bêbada.
Foi quando a vi.
Cabelos preto-azulados se misturavam com o cenário que repentinamente se tornara mítico, e olhos verdes se destacavam parecendo olhar no meu mais profundo íntimo.
Quase hipnotizado, levantei e andei até a linda mulher. Ela estava a alguns metros da água, deitada na areia com a perna direita sangrando. Usava apenas um trapo enrolado sob o corpo e chorava desesperadamente.
Corri até lá e tentei acalma-la. Quando viu que eu não a feriria, ela me pediu para que lavasse o ferimento.
Eu levantei para pegar uma garrafinha de água que estava onde eu deixara, mas ela implorou eu eu a levasse par ao mar, mesmo que ardesse.
Eu a segurei no colo e carreguei-a até que a água salgada me cobrisse a cintura. Só então coloquei-a numa posição que o corte fosse lavado.
O rosto dela se contorceu de dor, mas não falou nada. De repente uma corrente de eletricidade passou por minhas mãos e eu soltei a mulher com um choque de dor. Ela afundou e uma cauda de peixe bateu no lugar onde ela havia caído. Depois apenas um vulto negro se movia embaixo da água cristalina.
Eu fiquei lá parado, boquiaberto, olhando para o horizonto. Muito ao longe, vi um vulto se levantar. Eu senti aquela voz porque nunca ouviria nada de tal distância:
-Eu voltarei. Só peço que esteja aqui.
E por isso eu a aguardo até hoje, aqui, sentado nesse banco. Já disseram que eu estava apenas bêbado e que deveria esquecer, e talvez estejam certos.
Mas aqueles olhos verdes eu nunca poderia imaginar, e nem a noite em que eles apareceram para mim em um sonho, mandando escrever a minha história.
Agora já vou. Posso senti-la me pedindo para encontra-la. Deixarei esse papel aqui, para que lembrem de mim.
E aos que ficam, um abraço.
Lara Vic.
Eu levantei para pegar uma garrafinha de água que estava onde eu deixara, mas ela implorou eu eu a levasse par ao mar, mesmo que ardesse.
Eu a segurei no colo e carreguei-a até que a água salgada me cobrisse a cintura. Só então coloquei-a numa posição que o corte fosse lavado.
O rosto dela se contorceu de dor, mas não falou nada. De repente uma corrente de eletricidade passou por minhas mãos e eu soltei a mulher com um choque de dor. Ela afundou e uma cauda de peixe bateu no lugar onde ela havia caído. Depois apenas um vulto negro se movia embaixo da água cristalina.
Eu fiquei lá parado, boquiaberto, olhando para o horizonto. Muito ao longe, vi um vulto se levantar. Eu senti aquela voz porque nunca ouviria nada de tal distância:
-Eu voltarei. Só peço que esteja aqui.
E por isso eu a aguardo até hoje, aqui, sentado nesse banco. Já disseram que eu estava apenas bêbado e que deveria esquecer, e talvez estejam certos.
Mas aqueles olhos verdes eu nunca poderia imaginar, e nem a noite em que eles apareceram para mim em um sonho, mandando escrever a minha história.
Agora já vou. Posso senti-la me pedindo para encontra-la. Deixarei esse papel aqui, para que lembrem de mim.
E aos que ficam, um abraço.
Lara Vic.
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