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02 fevereiro 2012

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Pequeno Crime


Levantei-me preguiçosamente da cama, sentindo cada músculo despertar lentamente. Vesti uma camisola preta por cima de minha roupa íntima, e caminhei com passos trôpegos até a sala. Eu estava morrendo de sono e sequer pensava direito. Aquilo parecia uma manhã normal, um dia normal. Lembrei lentamente que não tinha um corpo ao meu lado na cama, mas não liguei. Marcos devia estar preparando seu café, ou analisando suas infindáveis pilhas de papéis, para depois me acordar com um beijo. Lembrei também que seu lado da cama já estava frio, o que era raro. Era ainda mais raro eu acordar antes dessa maravilhosa rotina, mas, agora eu lembrava, algum estrondo havia me despertado.
Meus olhos se acostumaram a claridade, e meus pensamentos começaram a se organizar lentamente. Fui ao banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes. Enquanto isso continuei tentando lembrar qual fora o barulho que me acordara.
Em um baque meus pensamentos se organizaram, e repentinamente o mundo girou aos meus pés. Um tiro, fora isso que eu ouvira. Na sala.
Sai correndo. Meus pés descalços mal faziam barulho contra o linóleo frio. Meu coração estava disparado, e várias hipóteses passavam por minha cabeça. Menos a que se estendia a minha frente.
Marcos. Morto.
Seu corpo grande repentinamente parecia fraco. Olhei com um misto de milhares de sentimentos. Eu queria ver seu tórax subindo e descendo para saber que estava respirando, mas não. Sua pele estava fria ao toque, e um líquido rubro lhe servia como travesseiro.
Meu coração, antes disparado, falhou. Uma lembrança? Não, eu não lembrava de nada. Mas deveria lembrar...
Andei em volta do corpo e uma estranha sensação de dejavú me tomou. Me ajoelhei ao lado da sua cabeça, longe da poça de sangue. Um buraco, um buraco de bala...
Levantei e em um pulo voei de volta ao quarto. Me joguei nas cobertas e, desesperada, busquei na memória o número da emergência. Com o telefone na mão, busquei apoio um pouco mais atrás na cama...
foi quando senti. Um objeto frio, cilíndrico. Minha espinha se arrepiou quando percebi o que era.
Olhei para a arma não estranha, e outro arrepio tomou meu corpo, dessa vez de prazer. As memórias tomaram conta do meu corpo lentamente formaram uma lembrança bem firme. Minhas mãos no gatilho daquela arma. O rosto dele pálido, pedindo desculpas por sua traição...Patético, esta foi minha resposta para sua súplica. 
Eu que puxei o gatilho como fizera tantas vezes. Como eu gostava de fazer. Eu matei Marcos. Mas ele me matou antes. Por dentro.
A moça na outra ponta da linha atendeu: Emergência, o que precisa?
-Talvez queira trazer uma ambulância para cá. Matei um homem. Não acho que vocês descobrirão quem ele é pois vou limpar os documentos todos dele e queimar. Vendam esse apartamento, essas lembranças não valem nada para mim. - acariciei o cano da arma por um segundo - E falem para aquela vadia que ela é a próxima.
Desliguei o telefone com força e fiz as malas. Guardei a arma, reuni os documentos e queimei. Sai pela porta tranquilamente, e quando entrei no taxi, ouvi ao longe o som de uma sirene.

Amei escrever isso aqui! Quando vi a imagem falei: ESSA É PRA MIM! E cada palavra nasceu sozinha, como se nem precisasse de mim. O nome da mulher é Renata, acabou não aparecendo espaço para colocar hahaha
Já começaram as suas aulas? as minhas já D:
Comentários?

9 comentários:

  1. Nossa Lara surpreendente a história!
    Ela me prendeu a atenção do início ao fim! Parabéns! (:

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  2. Melhor de todas que eu já li. Esta história é brilhantemente fantástica e como disse a L.C.S, a história também me prendeu do início ao fim.
    Seria muito legal se você uma pequena serie, aposto que todos iriam gostar mito.

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  3. Que história genial! Sua ideia foi incrível. A jogada com essas duas personalidades da Renata me tirou o fôlego. A honra vai ser minha de concorrer com você e seu texto maravilhoso, viu? Parabéns!
    Ah, concordo com o Márcio Lucas, uma série de posts com essa personagem seria ótima de ler. Me apaixonei por ela! Gosto de pessoas complicadas, hahaha.
    Beijos,
    Bruna.
    http://confesionesenpalabras.blogspot.com/

    "Sua pele estava fria ao toque, e um líquido rubro lhe servia como travesseiro." * Que descrição perfeita!

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  4. Oii Lara, eu fiz o tuto explicando sobre o slide, se quiser conferir está qui:
    http://deardiary-sucker.blogspot.com/2012/02/tutorial-slide-automatico.html

    Bjin*

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  5. "Ai como eu tô bandida!" (desculpa,tive que escrever isso)
    O texto ficou bem escrito,parabéns!

    www.marijleite.blogspot.com

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  6. Caramba pude sentir completamente as emoçoes de Renata, culpa da tua maneira emvolvente de escrever. Gostei muito!

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  7. Você escreve muito,muito bem mesmo!!
    Parabéns!
    Bjinhos
    http://blogmundoimperfeito.blogspot.com

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  8. Adorei hahaha... eu aqui achando que outra pessoa tinha matado o cara, coitado rs.
    Por mais que fosse traição, né... vc é bandida igual a mim kkkkkkkkkkkk.

    Eu não vi tua colocação lá no orkut, mas obrigada por ter comentado sobre a minha colocação =)

    Beijos

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  9. Oi Lara, ótimo post! Adorei!
    Tenha um ótimo começo de semana, bjinhos...

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