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09 agosto 2011

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Livre

Amei escrever essa história! Eu simplesmente amei sair do meu clichê romântico e só para variar escrever outra coisa, e nossa, isso tirou muito do peito!
Não, não fui criada como nos tempos medievais, fiquem tranquilos hahaha
Bom, espero que gostem ^^
Me apaixonei por essa imagem do bloinques, eu tinha que fazer algo *-*

-Não me importa em que ano estamos, ele é um bom rapaz e você vai casar com ele!
-Eu tenho dezenove anos e ele tem quarenta! Será que não passa pela sua cabeça como isso é medieval?
-Não me importa se eu vou ter que te algemar para o altar, mas você vai casar! Agora, vá para o seu quarto!
Bem, eu fui.
Na nossa casa de praia meu pai me deu a notícia. Eu tinha ganhado um casamento arranjado. Sim, eu seria obrigada a casar no começo da minha vida em pleno século XXI.
Eu tentei explicar isso para ele, mas meu pai sempre viveu e me criou em princípios medievais que, se não fosse por minha mãe, hoje eu acharia que usar calça é algo horrível e herege. Não entendo ainda como se casaram.
Então eu abaixei a cabeça, cansada de discutir, e fui para o meu quarto.
Peguei meu biquíni, minha regata, e pulei a janela.
Corri para a garagem e sequestrei a canoa que a família costumava usar para pescar. (Lê-se: Meu pai usava para pescar).Com o coração apertado, arrastei-a sobre a areia usando o máximo das minhas forças. O sol queimava as minhas costas enquanto eu fazia um esforço sobre-humano para puxar o bote sem ajuda nenhuma.
Chegando perto da água, endireitei as costas e olhei para minha casa. Nunca fora um refúgio ou um lugar completamente feliz, e talvez não fosse o lar do qual ouvimos falar em livros e filmes, mas era o único que eu conhecia: Ao lado de meus pais.
Segurei uma lágrima. Voltar estava fora de questão. Eu iria de canoa até o outro lado da ilha, e chegaria lá pela tarde. De lá ligaria para minha mãe, e ela me diria o que fazer.
Empurrei mais um pouco até que a saia estivesse encharcada até a altura de minhas cochas. Com algum esforço subi e coloquei os remos para fora, como já vira meu pai fazer tantas vezes quando sumia no horizonte para pescar o jantar.
Remei, remei e remei até o limite de minhas forças. Perguntei-me por um momento se o casamento com um homem com o dobro de minha idade seria pior que a morte em um lugar onde meu corpo talvez nunca fosse encontrado.
Sim, seria.
Com este pensamento me dando forças, remei até que as árvores ficassem mais próximas, e no limite da exaustão deitei-me para descansar.
Observei atentamente a linha esmeralda que dividia a terra do céu, e deliciei-me vendo as florestas ainda virgens que escondiam mil e um segredos. Naquele momento, com o sol queimando meu rosto, e o gosto do mar em minha boca, eu estava mais confortável que nunca, porque estava livre.
O Sol pareceu gostar de minha afirmação, porque repentinamente o senti em meus olhos, e fui obrigada a cobri-los da maravilhosa visão.
Sentei-me de olhos fechados e quando os abri, já não vi a magia e a poesia de antes, apenas uma única verdade: Qualquer que fosse meu futuro, estava na outra margem.

4 comentários:

  1. As vezes é bom sair da nossa realidade pra escrever algo completamente fora do nosso campo de visão. E sua história foi ótima...
    Adorei seu comentário no meu blog, viu? Obrigada! Beijo.

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  2. Você escreve maravilhosamente bem! Fiquei encantada com o seu texto e acho que desisti de participar da Edição Visual, do Bloínquês. Hahaha!

    Sucesso, moça. Você tem talento!
    http://www.garotasdizem.com/

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  3. Gostei muito do seu texto :)
    As vezes é melhor optar por um destino imprevisto do que encarar sem lutar coisas impostas a nos, nao é mesmo?
    http://akireteixeira.blogspot.com/

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  4. muito foda a historia *o*
    amei
    vc tem muita criatividade a.a

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