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21 dezembro 2012

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Sempre Como o Último



O céu estava escuro. A Lua já havia se retirado e poucas estrelas ainda restavam no céu. Em um pequeno morro afastado da cidade onde nem as luzes urbanas poluíam a visão, um casal de irmãos gêmeos aguardavam o nascer do Sol. Ambos tinham cabelos loiros e olhos castanhos. A menina se chamava Meg, e o menino Max. Eram irmãos amorosos apesar de todas as brigas, e dariam a vida um pelo outro.
Eles sempre faziam isso, acordar muito cedo, pegar o carro dos pais e ir assistir o nascer do Sol. Era um pequeno ritual que compartilhavam, que lhes dava força para seguir cada dia
-Ei Meg, posso te fazer uma pergunta?
A menina deu ombros. Nunca fora de muitas palavras. Ele continuou:
-Se essa coisa de fim do mundo existir, se esse for nosso último nascer do Sol, você se arrepende de algo?
-Que pergunta é essa? - a menina parecia um pouco assustada.
-Só quero saber 
A menina passou um tempo considerando a pergunta. Pouco a pouco o céu foi perdendo sua escuridão, e o Sol já se aproximava. E se fosse a última vez?
Mas... Ela já pensara nisso antes. Todo dia, quando estava com seu irmão, ela pensava se este não seria o último nascer do sol. "Porque" pensava ela "é assim que devemos viver, como se cada dia fosse o último. Como posso me apegar ao ontem se nem sei se estarei aqui para o amanhã?".
-Sabe, se esse for meu último dia e essas forem minhas ultimas palavras, eu não me arrependo de nada. Todos os erros que eu cometi me ensinaram coisas, e eu não deixei nada para ser feito depois, tudo que eu pude eu fiz na hora. Se eu fizesse algo diferente, eu seria diferente, e eu gosto de como sou - Ela deu um sorriso - E você, se arrepende de algo?
-Sim... De não ser corajoso como você, de sempre deixar as coisas para depois, sempre acreditar que tenho mais tempo... Talvez eu não tenha afinal de contas.
-Então se nós não morrermos hoje considere isso uma chance para viver sempre como se cada dia fosse o último, que tal?
Os primeiros raios de Sol apareciam no horizonte, mas os irmãos estavam entretidos na conversa.
-Mas você nem acredita que nós vamos morrer hoje, porque diz isso? - ele perguntou, confuso.
-Eu não acredito que nós vamos morrer por alguma profecia qualquer, mas a vida está cheia de perigos e surpresas, por isso, hoje pode ser nosso último dia. Quando o Sol nascer, nós podemos sobreviver, mas até ele se pôr algo pode acontecer. Ninguém sabe o futuro Max.
Isso encerrou a conversa dos dois, que se calaram e observaram o lindo espetáculo diário. Não se pode esperar que o fim venha com data e horário, apenas podemos nos preparar o melhor possível para quando acontecer conosco, vivendo cada dia como se fosse o último. Ótimo dia 21 de dezembro para todos ^^

3 comentários:

  1. Acho que é só impressão minha...Mas,notei que os seus poemas e contos sempre tem um fundo moral.
    ~Meu Blog~

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  2. Adorei! Ah Lara, você escreve contos e poemas como ninguém.
    http://denovomaisumavez.blogspot.com.br/

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  3. Olá!!

    Seguindo como ๑۩۩๑ Gabbi๑۩۩๑ ,

    http://euqueronaminhaestante.blogspot.com.br/
    Muito legal seu blog achei lindo!! Segui e Curti o meu Blog também.
    Beijos!!!

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